quinta-feira, 25 de julho de 2013

Relato de Parto Maria Elaine. Nascimento de Bernardo

Relato de Parto – Maria Elaine e Bernardo. 
19 de Março de 2012
Parto no Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho

Relato de Parto – Elaine e Bernardo.

(Escrevendo de novo porque perdi tudo na primeira vez...)

Engravidei no início de julho, mas só no início de agosto eu fui descobrir... A descoberta: estava trabalhando em SP e recebi uma ligação no início da manhã de uma amiga querida: - Sonhei que você estava grávida!  E eu quase que de sacanagem, durante a noite, passei numa farmácia pra comprar um teste (pra mim era super normal ter a menstruação atrasada, pq tenho ovário policístico, endometriose e outras coisas complicadoras de gravidez). Fiz: POSITIVO? Liguei pro Lucas: - De novo essa brincadeira, amor? Eu:  - Gostaria muito de estar brincando... E assim começo a história! Ficamos unidos, mas confusos, buscando informações enquanto anunciamos para todos a grande novidade não planejada.  Daí uma querida amiga de Recife, a Carina Albuquerque (doula em formação) veio conversar sobre o processo da gravidez e me falou sobre a doulagem. Eu: - Ahn? Doula? É de comer? Pesquisei... Decidi com o Lucas: - queremos e precisamos de uma doula! Pesquisamos e achamos a Chênia, uma fofa, super embasada, cheia de informações interessantes e desconhecidas. A essa altura eu j[a havia trocado de médico umas 3 vezes... nenhum me satisfez! Achei um que considerei bom, e continuei me informando sobre partos. Enfim... Defini: parto natural na casa de parto de Salvador, recém inaugurada! A essa altura também sabia que um parto natural em hospital com meu obstetra não rolava mesmo, mas não me sentia tão segura de parir em casa. Definimos e ficamos quietos porque nem todo mundo ia entender e iríamos ser tachados de irresponsáveis (como fomos quando minha mãe soube que o neto dela nasceu numa casa de parto, mesmo dando tudo certo).
Enfim, 38 semanas e 3 dias. Um dia depois de pedir a licença do trabalho, acordei e vi sangue meio melecado numa das inúmeras idas ao banheiro! Liguei pra Chênia as 5h da manhã, tadinha, e fiquei com medo... Fui pra Casa de Parto!  1cm de dilatação! Ah, isso poderia durar dias! Nem encanei, mas de todo modo eu fui me preparando pra tudo. Arrumei a mala do Bernardo, a minha, limpei o quartinho dele... Fomos almoçar fora, passeamos a tarde, caminhei, namoramos, tomei chá de canela, recebi um casal de amigos de Recife, fomos jantar fora... Enfim, tava tudo normal, e eu com contrações irregulares e sem dor.
No outro dia, também estávamos bem tranquilos, levando as atividades normais, nos preparamos (caminhada, banho quente na bola, namorinho, chá... ) As 16h, a primeira contração dolorida... Fui pra piscina! 16:07, 16:15, 16:23... Ritmadas e doloridinhas... Contamos 7 e eu falei: estou em TP! Vamos sem erro... Liguei pra Chênia, ainda meio sem querer alarmá-la. Durante o caminho eu não tive dúvida: Chênia, vem logoooooo!
Cheguei lá em plena contração... Dei todos os documentos na recepção, e fui direto pro banheiro... Contrações fraquinhas comparadas com o que eu iria passar, ainda não me achava na partolândia! Admissão: 3 pra 4 centímetros, colo fino... Me internaram. As técnicas fofas vieram me acompanhar pra sala 1 de PPP, a que tem banheira! Mas, tava quebrada... =(. Elas elogiaram meu bom humor e minha calma (cheguei sorridente e simpática com todos, tava adorando estar ali). Contrações mais curtas, mais doloridas, mas ainda com brincadeiras com o Lucas... Tiramos fotos no chuveiro, sentada na bola, fazendo pose de modelo, sinal de legal no meio das contrações. Aí chega a obstetra, nem guardei o nome... Achei ela meio chatinha, tipo, o santo não cruzou, mas nada que me tirasse do processo lindo que estava. Ela me explicou como era o esquema do partograma, e se por acaso tivesse algo de errado, quando ela deveria agir (transferir pra um hospital pra cesária)... Achei interessante ela ir me explicar, mas não gostei muito da abordagem. Enfim, nada daria errado, e isso não me abalou... Daí, chega a Gertrudes, enfermeira obstetra: - Senta no cavalinho que eu vou te partejar!... Ai, gente, que sonho de parteira... Ela usou aromas de flor de laranjeira e capim santo, me massageou pra aliviar as dores, e eu tava me sentindo muito bem, mesmo já estando com contrações fortes. Foi minha entrada na partolândia... Dor, dor, dor, transe... Chênia chegou, depois que a Gertrudes falou com as pessoas certas para autorizarem a entrada dela na CP (só pode um acompanhante). Ufa, silêncio, exame: 7 cm! Esta indo muito bem... Contrações longas e ritmadas. Só queria abraçar meu marido! 
Chênia me massageou um pouco no cavalinho, mas não era meu lugar. Deitei, mesmo sabendo que poderia doer mais, e que as massagens iriam ficar mais difíceis. Lucas me ajudou a respirar bem... Exercício de três pessoas (eu, ele e Bernardo). Estavamos tão integrados... Foi lindo. Dor, dor, dor... A obstetra  veio me falar de romper a bolsa. Eu falei: - E se eu não quiser? Ela: - Ainda estou em condição de negociar... Podemos deixar pra depois. Deixamos... Eu em transe, fui tomar banho! Meu marido foi pra debaixo do chuveiro comigo, se molhou todo, mas era o apoio que eu precisava. Fui ver o céu, que tava lindo lá fora, fui fazer minhas orações.. Minha mãe ligando, pense numa agonia (bem que Lucas falou!), mas tava tudo bem! Pensei: vou autorizar estourar a bolsa. Sábia decisão! Na hora o Bernardo respondeu: 9cm de dilatação e Bernardo cada vez mais baixo, LA claro, batimentos ótimos! Fiquei tão animada que ainda fiz uma brincadeirinha intima com meu marido... Ele riu baixinho no meu ouvido e falou: safada! Rs... Fui  no banheiro pq tava com vontade de fazer cocô... Arriei nos braços do Lucas na contração mais forte que tive e saiu tudo de lindo: cocô, xixi, LA...  Tava nem aí! Depois disso, formos pra cama e eu me coloquei de quatro pra fazer força, senti necessidade de fazer força, era instintivo! Fiz força algumas vezes e fui pra posição final, semi deitada com as pernas bem abertas! Vem Bernardo, vem meu filho... E ele ouviu, mas eu tava muito cansada! Ele tava bem (o batimentos estavam bons), e todos ficaram me esperando... E eu pegando forças num sei de onde, concentrada com cara de poucos amigos! Fiz umas 5 forças, guiada pela Gertrudes pra evitar laceração... Me colocaram ocitocina pra me ajudar, mas NÃO CAIU UMA GOTA (huahuahua).

Enfim, Bernardo veio, cabecinha pra fora, uma circular de pescoço, corpinho pra fora as 0h01min de 19 de março de 2012, 2 pontos de laceração... Veio  a placenta! Agradeci a ela por nutrir meu filho... E nós alí, nos namorando, eu, Lucas e Bernardo! Foi lindo... Perfeito, natural, tranquilo. E eu sou a mãe mais babona do mundo! Obrigada a todas as mulheres que me inspiraram e me ajudaram a estar fazendo esse relato lindo, que resume por alto o momento mais importante da minha vida! <3

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Filme O Renascimento do Parto em Salvador-Bahia



O filme "O Renascimento do Parto" retrata a grave realidade obstétrica mundial e sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje pela ciência. Tal situação apresenta sérias conseqüências perinatais, psicológicas, sociais, antropológicas e financeiras. Através dos relatos de alguns dos maiores especialistas na área e das mais recentes descobertas científicas, questiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma reflexão acerca do novo paradigma do século XXI e sobre o futuro de uma civilização nascida sem os chamados "hormônios do amor", liberados apenas em condições específicas de trabalho de parto. FOTOGRAFIA: CAROL DIAS

Estréia em Salvador do filme O Renascimento do Parto dia 23/08/2013 no cinema do Espaço Itaú (Glauber Rocha)







Relato de Parto - VBAC* Domiciliar - Hellen e Levi

Relato de Parto - VBAC* Domiciliar - Hellen e Levi

* Vaginal birth after cesarean ou seja, parto normal depois de cesárea.

Na minha primeira gestação em 2009, eu engravidei depois uns 15 dias de relacionamento com uma pessoa que eu mal conhecia. Costumo dizer que foi uma puta sorte: podia ter sido um encontro de azar com um cara bizarro, mas não, minha linha do destino cruzou com a dele e ele era O cara. Eu tinha acabado de completar 22 anos e minha mãe disse que eu fosse ter aquela criança em qualquer lugar, mas lá não. Thiago me tirou de lá em 2 dias, arranjamos um lugar pra morar uma semana depois e toda a convivência girava em torno de nos conhecermos.

Desde o início eu perambulava pela GPM do Orkut, lia muita coisa e ficava boiando por aí. Fui indicada pra um médica que tinha feito as duas cesarianas da minha cunhada (estava prestes à fazer a terceira) e era chefe de plantão da maternidade que meu cunhado que é enfermeiro trabalha. Conversei com ela à respeito do meu desejo por um parto normal, e ela só me dizia: “Ainda é cedo pra pensar nisso.” Gravidez basal, 1000 ultrassons, tudo dentro dos conformes. Quando eu paro pra pensar, é bem claro que eu queria querer um parto normal, mas todos os poréns fizeram com que não passasse de uma vontade vaga, uma simpatia pela causa, eu não tinha fundamento, eu não sabia o que era uma cesárea e muito menos do que meu corpo era capaz. Eu era uma menina. Quando às 38 semanas a médica me disse: “Vamos marcar pra segunda?”, só tive uma sensação: vazio. Não dei resposta e fui pra casa pensar em outras possibilidades. E quais eram elas? Não conseguia enxergar nenhuma. Thiago disse que a decisão era minha, ele me apoiaria, como se me dissesse: “Me desculpe, não posso decidir isso por você.” Eu não tinha plano de saúde, nem dinheiro, a médica estava me oferecendo a cesariana numa bandeja, com horário marcado, com meu cunhado acompanhando a cirurgia. O esquema estava todo armado. O que eu ia querer? Ir pra vários hospitais, não achar vaga, entrar sozinha, sofrer, não ter ninguém por perto? Eu não tinha coragem pra bancar um parto sozinha. Tive medo. Medo da dor, da solidão, dos maus tratos, do desconhecido. Agendei. Não fiquei feliz, nem triste. Aquela sensação de vazio permanecia, e eu tinha uma leve sensação de não estar fazendo exatamente a coisa certa, mas ao mesmo tempo não ter outra alternativa fez a coisa parecer toda muito correta e racional. Eu racionalizei, coloquei dentro das conveniências o nascimento da minha filha.

Na segunda bem cedo cheguei na maternidade no horário combinado. Me despedi de Thiago na recepção, com a sensação de estar sendo levada pra longe de tudo que eu mais queria: meu marido perto de mim. Não consegui chorar. Entrei com minha mãe e 15 minutos depois eu me despedia dela pra ir pro pré - parto. Nesse trajeto eu desabei sozinha. Foi um choro intenso, tão angustiado! Como eu me sentia desamparada! Mal deu tempo de deitar na maca do pré - parto e vieram me buscar. Anestesia, campo, braços amarrados, eu já sabia tudo que estava pra acontecer. E pra mim não estava acontecendo nada, absolutamente nada. Eu não sentia, não ouvia, minha cabeça latejava e o estômago dava voltas. Ouvi um chorinho distante e depois de séculos me apresentaram durante segundos para um bebê e foi cruel: meu vazio, meu desamparo, minha sensação de algo faltava foi maior do que nunca. Aquela emoção que todas descreviam, eu não tive. Sentia como se algo mais ou menos tivesse acontecido, mas nada de especial. Era um vácuo, uma ausência que eu não soube identificar do quê.

Subimos pra quarto e a rotina de visitas das 14 às 17 começou. Foram 5 dias de internamento, longe de casa, longe da pessoa com quem eu deveria estar vivendo tudo aquilo; o pai, meu companheiro, que vinha protocolarmente nos visitar durante as 3 horas. Eu parecia um zumbi, não dormia, tinha de andar pra pegar fraldas, pra pegar água, não tinha ninguém pra conversar, ninguém pra cuidar de mim e eu tinha de cuidar do bebê. Sentia dores horríveis pra subir e descer daquela maca que foi projetada pra quem pelo amor de Deus?! Como colocam aquela coisa de dois andares pra gente subir e descer toda costurada, sem apoio? O leite demorou pra descer e as enfermeiras só diziam: “Vixe, a coisa tá feia!” Tive uns coágulos e não sei por que, elas apertaram minha barriga diversas vezes e eu sentia dor, muita dor. Durante uma madrugada saí no corredor pra pegar fraldas e dei de cara com uns policiais fortemente armados por que uma mulher, tinha parido e jogado o bebê fora, ia ser levado sob custódia do quarto em frente. Depois do 3º dia eu só chorava, queria ir pra casa, odiava aquele lugar. 

Quando Thiago chegava pra visita eu chorava muito, queria fugir dali, nunca tinha me sentido tão sozinha, ficava horas sem ninguém, os dias eram intermináveis... A dor foi minha companheira durante dias a fio. Junto com ela veio um inchaço súbito enorme. Meus pés, minha barriga, tudo ficou o dobro do tamanho de quando eu ainda estava grávida. Meu corpo rejeitou aquela intervenção de todas as formas. E eu só pensava obsessivamente que no outro dia eu iria embora, e como essa hora nunca chegava, fui ficando psicologicamente cada vez mais fragilizada: além das dores físicas, a dor da separação me doía demais. Fui pra casa e tive vários surtos: tive crises de pânico, fiquei alguns momentos sem reconhecer o bebê, uma infelicidade tão grosseira se instalou em mim. Tudo isso só passou com uma compreensão, amor e paciência que ninguém no mundo jamais poderia me dar, só Thiago. Ele me pediu pra procurarmos ajuda diversas vezes, mas eu não queria. Foi muito claro que aqueles dias tão frios no hospital foram o estopim da minha angústia. No meu corpo uma cicatriz grossa, profunda e na minha alma a lembrança daqueles dias tristes, vazios e sem significado perduraram no silêncio durante um bom tempo.

Fiquei grávida de novo em 2011. Não poderia ter momento pior. Estávamos passando pela pior crise conjugal da história deste casal. Lembro que quando eu fui pegar o Beta, chorei muito. Olhava pra Maria Flor e achava ela ainda tão pequena, meu Deus... Financeiramente já havíamos passado por período pior, mas estávamos longe da estabilidade. A notícia caiu como uma bomba na família, ninguém ficou feliz. Minha mãe ficou agindo como se nada tivesse acontecido, era um bebê inexistente. Comecei então a ler, conhecer histórias de outras mulheres que haviam passado por histórias terríveis, de partos roubados, de violências absurdas. Aos poucos, muito lentamente, alimentado por cada relato, o desejo de parir nasceu em mim. Eu queria aquilo. Eu tinha direito a vivenciar meu parto. Não ia deixar que a ignorância roubasse isso de mim, não ia deixar que ninguém me impedisse, principalmente eu mesma. Eu li sobre parto todos os dias desta gestação. Esse conhecimento me movia e eu tinha certeza de que esse era o caminho. Foi quando eu percebi: se eu não soubesse exatamente o que fazer, provavelmente alguém iria fazer tudo por mim.

Fui atrás da primeira possibilidade: uma enfermeira obstetra para um parto domiciliar. Fui conhecê-la, conversamos, Thiago gostou muito dela e eu fiquei feliz. Quando o ano virou a bomba caiu no meu colo: a EO não poderia nos acompanhar. Enfrentei um luto longo, não sabia o que fazer e não conseguia me mobilizar em torno de nada.

Num domingo tive uma crise de dor abdominal absurda, achei que fosse gastrite, mas aquilo doía demais! Marquei uma gastro e descobri muitos cálculos minúsculos na vesícula. A GO que ainda estava me acompanhando foi totalmente contra operar no 5º mês, a gente tinha de esperar nascer. Durante um mês fui parar na emergência umas 6 vezes, era medicada, voltava pra casa, em ciclos. Emagreci 5 kg. Minhas enzimas hepáticas alteraram muito, tive mais uma crise, um cirurgião resolveu me operar: eu não aguentava mais, eu já nem comia e só queria que aquilo acabasse. A GO dizia: “Hellen, se acontecer alguma coisa, é um aborto.” Mas tudo indicava que esperar seria pior. Operamos. Dr. João Ettinger, muito obrigada pela coragem em intervir! Ficamos bem. O tempo foi passando, resolvi sacudir a poeira por que o relógio não ia me esperar. Fomos conhecer a Casa de Parto Natural, mais uma negativa. E aí Maria Flor teve pneumonia. Ficamos internados juntos com ela, eu perambulava pelo hospital com um barrigão de 7 meses, ainda tinha de trabalhar, não sei como eu aguentei... Ela perdeu o acesso umas 6 vezes, o hospital se recusou a colocar ela na bomba de infusão, fui brigar no convênio, briguei no hospital, ela chorava, eu chorava muito, quase enlouqueci. Sim, eu estava vivendo um inferno astral numa gravidez que deveria ser serena, tranquila, com sessões de yoga e meditação. A frustração de estar tão estressada, com tantos problemas, era uma carga pesada demais pra carregar.

Minha última cartada era Marilena. Demorei tanto pra procura-la por que tinha a certeza que não poderíamos pagar pelo parto. Mas eu já tinha resolvido conversar, expor nossa situação, contar nossa história, pedir e acreditar que poderia dar certo com ela. Ela tinha agenda cheia, então fiquei quase um mês aguardando o dia da primeira consulta mergulhada numa ansiedade que me corroia as vísceras. No dia eu estava mais que tensa. Levamos todos os exames, sentei na salinha de espera e pedi. Pedi para as grandes forças que me concedessem trilhar um caminho, algum caminho. Que me dessem uma luz, era minha última esperança! Eu não suportava a possibilidade de ter o bebê num hospital. Depois das crises de vesícula, da cirurgia, da pneumonia de Maria, hospital pra mim era definitivamente um lugar para se sofrer. Ter meu filho lá seria, na melhor das hipóteses, muito angustiante. Muitas pessoas tinham me falado que ela não topava VBAC domiciliar, eu já estava preparada para essa possibilidade, mas tinha colocado pra mim mesma que precisava ouvir mais essa negativa pra me convencer de não seria mesmo aquele o caminho. Mas ela topou, nós pulamos e nos abraçamos no corredor do consultório. Eu não conseguia acreditar, só agradecia.

Nosso filho ia nascer dignamente, na nossa casa. Achei que fosse relaxar, internalizar pra chegada do bebê e conseguir viver finalmente nesses dois últimos meses minha tão sonhada serenidade pré parto. Ledo engano. Eu tinha uma terrible two, a grana tava sempre curta e eu já estava me sentindo esgotada, arrastando as cargas emocionais de tudo que tinha acontecido nos últimos 9 meses. Essa gravidez me trouxe um distanciamento físico de Thiago que ele jamais conseguiu suportar. Ele se ressentia, a gente se desentendia, nada mudava. Apesar disso, ele manteve sempre seu apoio forte. Se eu me mantive de pé foi muito por causa dele. A gente continuava se amando, eu sabia que, intimamente, essa verdade estava nele tanto quanto em mim. Cheguei à reta final com o parto todo resolvido, exames ok, só pra esperar a hora. Mas tinham tantas, tantas coisas que eu queria fazer. Todas elas dependiam de uma grana que a gente não tinha. Foi uma dura que a vida me deu: tudo que importa já estava resolvido, por que eu tinha de me consumir tanto? O que tinha tanto significado pra me roubar a paz? Essas coisas materiais que eu estava almejando tanto fazer, comprar, pagar, iam valer a serenidade do meu espírito? Nem sempre as coisas são exatamente como a gente quer. Eu precisava aprender isso. Nosso filho ia nascer de modo respeitoso, nós íamos conseguir proporcionar a ele uma passagem serena, humana. Fui me despindo de tantas outras necessidades falsas...

Comecei a me sentir triste por não poder dividir tudo isso com as pessoas da família. Eu não sabia qual seria a reação dos pais de Thiago e sabia exatamente qual seria a reação de minha mãe. Não contar nada tinha sido escolha minha desde o início. Precisava manter isso dizendo que ia parir na casa de parto, 20 dias depois da minha DPP. Foquei em Maria e passávamos tempo juntas conversando sobre Levi, vendo roupinhas e assistindo muitos vídeos. Quando cheguei perto das 40 semanas, ela já sabia todos os detalhes: que o irmão ia nascer na água, que mamãe ia gritar, fazer dodói, mas que ia ficar tudo bem. Eu perguntava pra ela: “Tá na hora do seu irmão nascer?” E ela me respondia sorrindo: “Nãooo!”

Conversava com ele todos os dias não chamando, mas dizendo que o aguardava. Que meu coração estava preparado, que ele desse seus sinais. Tinha começado a tomar as cápsulas de folha de framboesa há 5 dias, meio resistente. Sabia que eu ia sentir falta dele na barriga, queria que ele ficasse mais. Aí, que saudade que eu já tava sentindo. Acabei exteriorizando com Thais que eu também estava com medo de não dar conta de dois, do pós parto, das grande mudanças e isso me fez bem. Comecei a fazer uma sessão de yoga, banho de imersão, chá e meditação com Thiago todos os dias antes de dormir. Na segunda, dia 28 de maio, fomos para consulta de 40 semanas. Chorei no consultório por que os pais de Thiago estavam aqui em casa e só iriam embora 3 ou 4 dias depois. Eu queria parir, queria mandar eles embora. Entrei em atrito com Thiago por isso, por tanas coisas, por tudo... Ele me disse: “Pode ter certeza que eu gostaria de ter feito tudo muito diferente.” Aquilo me calou.

Na consulta tudo ótimo, como sempre. Marilena disse que achava que não passava daquela semana, Thiago disse que também não, eu disse que também não. Então estava resolvido. Mais tarde Chenia esteve aqui, fizemos a barriga de gesso e o chá da Naolí, que tomamos sentados no chão na cozinha. Me senti feliz, aconchegada. As preocupações serenaram.

Eu tava pronta pra chegar às 41, embora eu soubesse que precisava me trabalhar pra chegar mais serena às 42. Fiz algumas programações à longo prazo: tirar fotos na quinta dia 31, sair pra jantar com Thiago no sábado dia 2 de junho, fazer acupuntura na sexta. Resolvi ocupar o tempo. Acordei às 5 da matina e fui com Thiago pro trabalho dele. Enquanto ele atendia, caminhei na praça sentindo o cheiro dos eucaliptos e vendo os pássaros. Começou a chover e fomos pra casa de um amigo. Eles iam fazer uma sessão de surf e eu ia caminhar na praia. Abriu um solzinho frio e eu pensei: “Que gostoso meu filho, um sol para lhe recepcionar!” Fotografei a sessão de surf e Thiago tirou fotos minhas com aquele barrigão lindo. Depois Thiago me deixou na casa de Carla para almoçar. Encontrei lá com Chenia, Manu, e Vanessa. As meninas fizeram uma massa integral divina e Carlinha me apresentou para a fatídica pimenta. Aquela já tinha história de ter feito uma amiga dela parir. Cheirei e comi muito. Conversamos sobre parto, fralda de pano e assuntos do tipo. Me despedi das meninas e fui com Vanessa até a casa dela pra pegarmos a piscina que ela ia me emprestar. Reparei que tava sentindo uma cólicazinha chata, nada significativo. Tomei um banho em casa e fui para uma sessão de meditação e yoga. Lá chamei por ele pela primeira e única vez, forte e bem baixinho: “Vem meu filho!”

Voltei pra casa umas 22 hs, exausta! Conversei com Thiago e disse: “Tô achando que pode engatar alguma coisa aí essa noite.” Pura intuição. Deitei e não dormi. Devo ter conseguido dormir 1 hora da manhã e acordei perto de 3:30. Engraçado que eu acordei, abri os olhos e só depois de um tempo senti um líquido saindo. Chamei Thiago e disse: “Amor, acho que a bolsa estourou!” Como eu sonhei dizer isso!!! A empolgação tava na minha voz. Ele acendeu a luz e quando eu levantei desceu aquela água, não muito, bem clarinha. Fui tomar um banho quente e as contrações começaram na mesma hora. Maria acabou acordando com o movimento e ficamos dançando e brincando no quarto. Eu perguntei pra Maria: “Tá no hora do seu irmão chegar?” Ela me respondeu: “Tááá!”


6 horas liguei pra Chenia e ainda tava conseguindo falar de boa. Avisei que tava indo pra feira e quis saber da programação dela. No carro foi um pesadelo! Ainda tava bem suportável, mas já tava fazendo cara feia e ficar sentada não estava lá muito confortável. Comprei umas frutas e tentei fazer cara de paisagem para o pessoal conhecido da feira. Voltamos pra casa e eu já fui avisando: “Vou direto pra banheiro.” Liguei pra Suzana, uma amiga, ela viria ficar com Flor. A resistência do chuveiro queimou e eu tive de ir pro outro. No meio da casa estavam devidamente instalados: meu sogro, minha sogra e meu cunhado. É Hellen, as coisas não são sempre como a gente quer. Thiago disse que ia resolver, ia avisar pra eles saírem conforme o combinado, por que a história seria de que íamos ficar aqui até chegar a hora de ir pro hospital, ninguém sabia dos nossos planos reais. Eu sentei na bola no chuveiro e avisei: “Amor, vou PRECISAR me desligar de tudo!” Thiago ligou pra Marilena, que ligou pra Suzana (a enfermeira). A gente tinha tentado monitorar as contrações, mas Thiago ficou elétrico, entrava, saía, ligava o cronômetro, esquecia de desligar por que Maria tava por perto. E eu não tava dando a mínima pra aquilo. Liguei pra Chenia de novo já aos berros: “Onde você tá? Não demora!!!” Suzana minha amiga chegou, me abraçou e eu agradeci por ela estar lá. Ela ficaria responsável por sair com Maria caso ela não ficasse bem. Ela me fez companhia e logo depois Chenia chegou. Lembro de não ver exatamente que horas ela entrou, eu já não estava vendo nada com muita clareza. Estávamos dentro do meu quarto, meio escuro e eu me sentia abrigada ali. Não tinha conseguido separar muitas músicas, mas as poucas que eu tinha separado tocavam em loop, não teria sido tão perfeito se tivesse sido proposital. Chenia pressionava e massageava minha lombar e eu estava grata por ela estar ali. Eu a tinha escolhido. Maria entrava, vinha me ver, conversar e eu dizia pra ela sorrindo: “Seu irmão está chegando filha!” Eu conversava entre as contrações e respeitava minhas sensações. Estou com frio, estou com calor, quero água, alguma coisa pra comer. Comi um caqui e tomei água de coco. Não sentia vontade de comer mais nada. Eu sabia que precisava me mexer, mas queria descansar um pouco entre as contrações. Deitei de lado e uma contração me pegou. Céus, nada podia ser pior do que aquilo. Estava respirando e vocalizando bem durante a contração, vi logo no início como aquilo seria importante e me esforcei ao máximo pra incorporar um padrão de respiração equilibrado. Fiquei de quatro debruçada na cama e senti vontade de vomitar. Eu odeio vomitar. Mas respeitei aquela sensação, não resisti e botei tudo pra fora. Nunca me senti tão bem vomitando, como me limpou! Meus canais estavam se abrindo de uma maneira selvagem. Eu ainda estava lutando nesse momento. Chenia me disse: “Você está se debatendo demais na contração, lutando contra, se entrega!” Eu interiorizei, meu corpo precisava consentir, permitir aquela passagem. Eu era apenas o portal. Suzana chegou e fomos fazer um exame de toque. Eu até aquele momento não tinha parado pra pensar no horário, não sabia de quanto em quanto tempo as contrações vinham, nem quanto elas duravam, nem tinha ficado pressupondo com quanto de dilatação eu estava. Essas coisas não me interessavam. Eu estava vivendo cada contração, sem pensar em nada. Mas naquela hora eu ia saber a quantas estávamos. Serenei meu espírito: aceito o que vier. 6 cm. Não comemorei. Ainda tinha muita coisa pela frente. Voltei a me concentrar em mim. Os batimentos do bebê estavam bem. Minha pressão não. Ouvi Suzana dizer: “Chenia, faz um suco de chuchu pra mim?” Não me abalei. Eu tinha certeza de que não era nada, estava me sentindo ótima. Bebi o suco, fiz xixi. Aferimos de novo, normal. Em nenhum momento eu permiti que nenhum sentimento ou pensamento contrário sequer me sondasse, eu estava protegida. Era a oração que eu repeti tantas vezes durante a gravidez: “Mil cairão ao teu lado, dez mil a tua direita. Mas tú não serás atingido...”

Suzana me fez um escalda pés fantástico e uma massagem nos pés que fez Thiago querer alguém pra doular ele também. Cantamos Sabemos Parir que estava tocando: eu tinha feito um ninho pra parir, cheia de energias fortes e mulheres maravilhosas. Chenia me banhou com uma infusão de algodoeiro e quando Marilena chegou eu estava de quatro no banheiro. Ela identificou todos os meus sinais, não precisava de nenhum toque. Fui pra banheira. Dormi entre as contrações debruçada na borda da banheira. Maria entrou na piscina e jogou água em mim com um potinho, fiquei imensamente grata por ela estar bem. Que presente! Thiago segurou minha mão e eu ri depois da contração quando vi que ele tava embaixo da mesa por que era o único jeito de segurar minha mão onde eu estava. Me desconectei totalmente do exterior. Marilena me disse que se eu quisesse ver onde ele estava nós poderíamos ali mesmo. Aguardei um pouco e quis saber sim. Ele estava perto, muito perto. As contrações aumentaram muito e eu já tava dando uns urros de lá de dentro. Expurgando, renascendo, lavando! Não tive noção de tempo, não vi nada do que estava acontecendo no ambiente. A cada contração eu o chamava e ele atendia o meu chamado. Quando eu consegui sentir o cabelinho, uma empolgação tomou conta de mim. A cada contração sentia a cabeça mais perto e aquilo me deu uma força que quando a contração vinha eu dizia: “Vamos lá!” Thiago segurava minha mão pra me dar tração e eu comecei a fazer força de cócoras. Quando senti o cabelinho dele já na água eu ri, não tinha sofrimento! Ele ia nascer. Pedi por uma contração das boas e chamei: “Vem filhooo!” Quando a cabeça coroou consegui não fazer mais força. Fiquei anestesiada, era maravilhoso!!! Quando a cabeça saiu não segurei a vontade e fiz uma forcinha pra sair o corpo. Me valeu a laceração. Ele nasceu lindo! Veio direto pra mim, a irmã ficou encantada, o pai chorou de alegria! Nunca experimentei uma felicidade tão plena e uma vitória tão completa. Minha fé venceu!

Escrevi na parede do meu quarto algumas palavras: amor, instinto, interiorização, entrega e paciência. Fiquei triste quando cheguei em casa terça e vi que meu sogro tinha pintado a parede e apagado as palavras. Mas não teve problema, elas já estavam dentro de mim.

Relato de Parto Tiane Novaes, nascimento de Júlia

Parto Normal Hospitalar no SUS
23/05/2011

Nascimento de Júlia 

Até então era só mais uma noite de barriga cheia, já que a dpp era pra 3 dias adiante, eu e telumi juntos ¬num domingo, que por sorte não tinha ido pra casa, já que moramos em casas separadas e só passamos os finais de semanas juntos. Lembro como se fosse ontem, a gente dançando no meio do quarto juntos, quando eu falei “- essa pode ser a nossa última noite como dois...” a gente se abraçou, se aconchegou e fomos deitar um pouco. 
Quando deu 22h eu senti alguma coisa escorrer em mim, falei isso pra ele e levantei rápido, percebi a calcinha molhada e fui correndo pro banheiro e a água escorrendo mais, ele veio correndo atrás de mim e ficamos no banheiro vendo o acontecimento que tanto esperávamos: a bolsa estourar. 
Mandei ele ir falar com minha doula ( chenia ) no MSN, ele pegou o netbook e foi pro banheiro onde eu estava, eu na privada e ele no chão teclando, lembro que rimos disso. 
Chenia me orientou descansar porque seria uma noite daquelas, ela faria o mesmo, já que ficaria comigo assim que começasse a esquentar a coisa. 
Telu ficou muito nervoso quando confirmamos que estava começando meu trabalho de parto, fazia umas caras estranhas, ria, tentava arrumar a mochila dele e eu bem calma, tranqüila e serena. Até tentamos cogitar a hipótese de descansar, mais era impossível. Contamos aos pais dele, fomos pra minha casa e já tava todo mundo lá me esperando, ansiosos pela chegada de Júlia, preocupados com todos os detalhes. 
Então começaram as famosas contrações dolorosas, desde o 5º mês tinha as contrações indolores de treinamento (que incomodavam), deitamos e tentamos ficar anotando as contrações e o tempo delas, mas isso começou a ficar um saco, paramos de anotar. Quando começou a doer MUITO, ligamos pra chenia (a doula) e ela veio aqui pra casa (umas 3h da manhã), daí começamos a doulagem: sentei na bola, recebi massagens, orientações pra telumi me apoiar nas contrações, fui pro chuveiro e então como um passe de mágica, quando me dei conta , já eram 6h e não tava mais agüentando. Decidimos (ou decidiram) irmos pro hospital, nem lembro de nenhum detalhe do caminho pra lá, só lembro que me falaram que chegamos. 
Chegando no hospital eu já estava mais ciente dos acontecimentos, meu maior medo era ouvir que eu tava com 3 de dilatação, como sempre lia nos relatos, mas graças a Deus o médico falou que Julinha estava bem baixa e eu com 8cm de dilatação. Fiquei muito feliz... consegui até dar um leve sorriso. 
Mas, alegrias a parte, ainda doía pra burro. Fomos pro pré-parto, tinha umas mulheres arreganhadas, chorando, umas cenas bem estranhas, mas acho que eu também fazia parte dessas cenas, porque eu andava praticamente nua por aquela sala, com os cabelos parecendo que tinha tomado um choque. E ficava de quatro e agachava e ia pro chuveiro, minha cara não deveria ta uma das melhores daquela sala não. E minha doula, maravilhosa, não saia do meu lado pra nada, nem pra um cafezinho, e eu também não deixava, porque, benditas mãos, amenizava demais meu sofrimento. E passavam as horas e nada, ninguém me examinava, uma dor... uma dor muito louca. Eu já nem era mais dona de mim, eu me sentia um animal mesmo, eu enfiava o dedo em mim pra ver se sentia a cabecinha dela e nada. me examinaram: 9cm de dilatação, que demora, já era umas 9 horas, todo esse tempo, 9 cm, meu Deusss. Vamos pro chuveiro.. cheguei la, falei baixinho pra chenia: - eu não agüento mais.. ela não ta vindo.. tem alguma coisa errada. Voltamos pra maca, deitei muito cansada, triste, com vontade de desistir de tudo aquilo, parecia uma bad trip. Me toquei, dessa vez não precisei enfiar o dedo, já senti um negocinho duro saindo, coroou, chenia sorriu: - ela ta vindo, ne? Eu respondi: - ta! Chama alguém! Na mesma hora me deu uma vontade de fazer força, que não dava pra controlar, todo mundo correu, pegou uma outra maca pra me levar pra sala de parto, e falaram pra eu não fazer força (ah, ta, que fácil..) 
Na sala de parto, eu fiquei muito nervosa, como nunca tinha ficado, eu tava muito ofegante, mas conseguia responder tudo que me perguntavam, menos meu nome todo, que tinha uma mulher insuportável, perguntando isso vinte vezes, respirei fundo e falei bem rápido e gritando, era a única forma que eu conseguia falar. 
Aí chegou a hora, quiseram expulsar chenia da sala porque era hospital público, mas eu fiquei desesperada, segurei a mão dela e pedi pra ela não sair, ela conseguiu até filmar meu parto, ficou perfeito! 
A médica aplicou a anestesia local, fez a episio (enorme, por sinal, fiquei um bom tempo sofrendo com isso aff), fiz duas forças e Julinha nasceu, com cabeça oval, orelha amassada, inchadaaaaa RS 
Veio direto pra meu peito, parou de chorar na hora e mamou feito uma bezerrinha linda, olhei todos os detalhes dela, falei que ela era linda e cabeluda, ficou um tempinho comigo enquanto davam os pontos, cortei o cordão umbilical e depois levaram ela. Gente, acreditem, foi o dinheiro mais bem gasto que já gastei em toda minha vida, com a doula, ela foi maravilhosa, tinha tudo pra ser mais um parto no SUS, mas ela tornou tudo muito especial e ainda conseguiu eternizar (alem das nossas lembrancas) aquilo tudo com fotos e video, tudo muito lindo. Me deu um apoio que eu não consigo nem dizer com palavras, um apoio tanto emocional, como físico, queria aproveitar e mandar um beijo pra ela, pra meu amor que ficou comigo o tempo todo me ajudando e não saiu da porta do hospital até ver a gente 14h. 
Júlia nasceu no dia 23.05.2011, as 11h com 3,175kg 51cm apgar 9/10.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Casas de Parto em Salvador e Lauro de Freitas. (Centro de Parto Normal)

Venho recebendo muitas ligações pedindo telefone, localização e outros dos Centros de Parto Normal aqui de Salvador e o de Lauro de Freitas.
Resolvi colocar informações para que as pessoas possam achar esses locais e saber que é possível ser atendida de forma humanizada, pelo SUS, com respeito e segurança.
Uilizei informações dos próprios prestadores do serviço.

Os dois Centros de Parto Normal atendem pelo SUS, a gestantes de baixo risco, com pelo menos 4 consultas de pré natal, não importa se foram feitas pelo SUS ou no sistema privado.
Os Centros de Parto Normal atendem a QUALQUER mulher em trabalho de parto, que se encaixem nos critérios dessas unidades, independente delas terem feito pré natal nestes, morar em outros bairros ou cidades.

Se você se encaixar nos critérios de baixo risco procure os centros de parto normal.
Não deixe que seu filho tenha a primeira recepção ao novo mundo marcado pelo desrespeito ou violência!


Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira ou Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho


Endereço Av. Jayme Vieira Lima, 104, Pau da Lima. Salvador, Bahia (Dentro da Mansão do Caminho)
Telefone 71 3409-8333
Facebook http://www.facebook.com/cpn.mansaodocaminho?fref=ts Aqui você encontrará relatos, fotos, vídeos falando sobre o local. Também pode postar suas dúvidas, sugestões e outros.
Email cpn@mansaodocaminho.com.br
Coordenadora de Enfermagem Suzana Montenegro
Coordenadora Médica Marilena Pereira


Critérios para internação
Gestante com IG (Idade Gestacional) mais que 37 semanas ou igual à 41 semanas
Gestante ter realizado pelo menos 4 consultas pré natal (independente de ter sido no SUS ou privado)
Gestação de baixo risco
Trabalho de parto com pelo menos 03 contrações em 10 minutos
Idade entre 14 e 40 anos

Diferencial desse espaço em relação a uma maternidade comum
 PROFISSIONAIS HUMANIZADOS 

Aqui você não ficará deitada no leito, sem poder se mexer, tomando o famoso sorinho (ocitocina) de rotina.
O Centro de Parto Normal da Mansão conta com uma belíssima àrea verde, inclusive um lago, onde você e seu acompanhante poderão caminhar, fazer exercícios, com toda atenção dos profissionais de saúde.
Seu acompanhante é bem vindo!
Você não ficará em jejum, poderá tomar àgua, sucos, chás e outros, de acordo com a avalização da equipe
Na hora do parto poderá escolher a melhor posição que lhe deixa mais confortável, pode ser de cócoras, no cavalinho, na cama...
Uma suíte tem banheira, aqui você pode ter seu parto na água!
São 05 suítes de parto, onde você conta com todo conforto, assistência e segurança
Seu bebê fica integralmente com você na suíte que estiverem ocupando
Você não será desrespeitada, nem seu acompanhante.
Ambulância 24h

Ligue, marque uma visita, leve seus exames e bom parto!


Centro de Parto Normal de Lauro de Freitas 
(Casa de Parto de Lauro de Freitas)



Endereço: Atrás do Supermercado Maxxi Atacado, mesma rua do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Tem várias placas indicando como chegar ao Batalhão.
Telefone: 71 3288-6164
Email: cpn.laurodefreitas@facebook.com
Coordenadora de enfermagem: Kátia Colavolpe

Critérios para internação
Gestante com IG (Idade Gestacional) mais que 37 semanas ou igual à 41 semanas
Gestante ter realizado pelo menos 4 consultas pré natal (independente de ter sido no SUS ou privado)
Gestação de baixo risco
Trabalho de parto com pelo menos 03 contrações em 10 minutos
Idade entre 14 e 40 anos

Diferencial desse espaço em relação a uma maternidade comum
 PROFISSIONAIS HUMANIZADOS 

Aqui você não ficará deitada no leito, sem poder se mexer, tomando o famoso sorinho (ocitocina) de rotina.
O Centro de Parto Normal de Lauro de Freitas, dispõe de área interna, para você caminhar livremente.
Seu acompanhante é bem vindo!
Você não ficará em jejum, poderá tomar àgua, sucos, chás e outros, de acordo com a avalização da equipe
Na hora do parto poderá escolher a melhor posição que lhe deixa mais confortável, pode ser de cócoras, no cavalinho, na cama...
Suíte tem banheira, aqui você pode ter seu parto na água!
Seu bebê fica integralmente com você na suíte que estiverem ocupando
Você não será desrespeitada, nem seu acompanhante.
Ambulância 24h

Ligue, marque uma visita, leve seus exames e bom parto!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Acolhendo a mulher e resignificando a violência no parto

Acolhendo a mulher e resinificando a violência no parto
UNEB Auditório do Departamento de Ciências da Vida I
05 de Julho de 2013 | 08:00 às 12:00 h

O projeto de Extensão Acolhendo à Gestação para mais uma roda: Acolhendo a mulher e resinificando a violência no parto. O modelo de assistência ao parto e nascimento instituído nas maternidades de Salvador continuam expondo  as parturientes e bebês a um tratamento desrespeitoso e constrangedor.
Embora a Rede Cegonha, enquanto política do Governo Federal para Humanização do parto, defenda mudanças efetivas na prática da ao parto e nascimento a insatisfação, ainda constitui a maior queixa das gestantes.
Este mal estar está na fala de mulheres que tiveram seus bebês de partos normais ou de cesáreas na maioria destas maternidades e que passam a  reivindicar para si e outras mulheres a vivência desse processo tão especial de forma acolhedora e respeitosa.

Convidados
Daniela Leal — Psicóloga e Coordenadora do Grupo RodaViva Gestação, parto e família na roda.
Alexandre Coimbra — Mestre em Psicologia Clínica, Terapeuta Familiar e de Casal, Diretor do Instituto Humanitas, Coordenador do Grupo RodaViva Gestação, parto e família na roda.

Contatos dos convidados: www.gruporodaviva.org.br | www.institutohumanitas.com.br

Venha conversar conosco, nos conte seu parto!

ORGANIZAÇÃO
Mary Galvão | Chenia d’Anunciação

INFORMAÇÕES
71 3117-2461 (Procurar Chenia)
Email: acolhendoagestacao@gmail.com
Facebook: http://www.facebook.com/groups/acolhendoagestacao