quinta-feira, 25 de julho de 2013

Relato de Parto Maria Elaine. Nascimento de Bernardo

Relato de Parto – Maria Elaine e Bernardo. 
19 de Março de 2012
Parto no Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho

Relato de Parto – Elaine e Bernardo.

(Escrevendo de novo porque perdi tudo na primeira vez...)

Engravidei no início de julho, mas só no início de agosto eu fui descobrir... A descoberta: estava trabalhando em SP e recebi uma ligação no início da manhã de uma amiga querida: - Sonhei que você estava grávida!  E eu quase que de sacanagem, durante a noite, passei numa farmácia pra comprar um teste (pra mim era super normal ter a menstruação atrasada, pq tenho ovário policístico, endometriose e outras coisas complicadoras de gravidez). Fiz: POSITIVO? Liguei pro Lucas: - De novo essa brincadeira, amor? Eu:  - Gostaria muito de estar brincando... E assim começo a história! Ficamos unidos, mas confusos, buscando informações enquanto anunciamos para todos a grande novidade não planejada.  Daí uma querida amiga de Recife, a Carina Albuquerque (doula em formação) veio conversar sobre o processo da gravidez e me falou sobre a doulagem. Eu: - Ahn? Doula? É de comer? Pesquisei... Decidi com o Lucas: - queremos e precisamos de uma doula! Pesquisamos e achamos a Chênia, uma fofa, super embasada, cheia de informações interessantes e desconhecidas. A essa altura eu j[a havia trocado de médico umas 3 vezes... nenhum me satisfez! Achei um que considerei bom, e continuei me informando sobre partos. Enfim... Defini: parto natural na casa de parto de Salvador, recém inaugurada! A essa altura também sabia que um parto natural em hospital com meu obstetra não rolava mesmo, mas não me sentia tão segura de parir em casa. Definimos e ficamos quietos porque nem todo mundo ia entender e iríamos ser tachados de irresponsáveis (como fomos quando minha mãe soube que o neto dela nasceu numa casa de parto, mesmo dando tudo certo).
Enfim, 38 semanas e 3 dias. Um dia depois de pedir a licença do trabalho, acordei e vi sangue meio melecado numa das inúmeras idas ao banheiro! Liguei pra Chênia as 5h da manhã, tadinha, e fiquei com medo... Fui pra Casa de Parto!  1cm de dilatação! Ah, isso poderia durar dias! Nem encanei, mas de todo modo eu fui me preparando pra tudo. Arrumei a mala do Bernardo, a minha, limpei o quartinho dele... Fomos almoçar fora, passeamos a tarde, caminhei, namoramos, tomei chá de canela, recebi um casal de amigos de Recife, fomos jantar fora... Enfim, tava tudo normal, e eu com contrações irregulares e sem dor.
No outro dia, também estávamos bem tranquilos, levando as atividades normais, nos preparamos (caminhada, banho quente na bola, namorinho, chá... ) As 16h, a primeira contração dolorida... Fui pra piscina! 16:07, 16:15, 16:23... Ritmadas e doloridinhas... Contamos 7 e eu falei: estou em TP! Vamos sem erro... Liguei pra Chênia, ainda meio sem querer alarmá-la. Durante o caminho eu não tive dúvida: Chênia, vem logoooooo!
Cheguei lá em plena contração... Dei todos os documentos na recepção, e fui direto pro banheiro... Contrações fraquinhas comparadas com o que eu iria passar, ainda não me achava na partolândia! Admissão: 3 pra 4 centímetros, colo fino... Me internaram. As técnicas fofas vieram me acompanhar pra sala 1 de PPP, a que tem banheira! Mas, tava quebrada... =(. Elas elogiaram meu bom humor e minha calma (cheguei sorridente e simpática com todos, tava adorando estar ali). Contrações mais curtas, mais doloridas, mas ainda com brincadeiras com o Lucas... Tiramos fotos no chuveiro, sentada na bola, fazendo pose de modelo, sinal de legal no meio das contrações. Aí chega a obstetra, nem guardei o nome... Achei ela meio chatinha, tipo, o santo não cruzou, mas nada que me tirasse do processo lindo que estava. Ela me explicou como era o esquema do partograma, e se por acaso tivesse algo de errado, quando ela deveria agir (transferir pra um hospital pra cesária)... Achei interessante ela ir me explicar, mas não gostei muito da abordagem. Enfim, nada daria errado, e isso não me abalou... Daí, chega a Gertrudes, enfermeira obstetra: - Senta no cavalinho que eu vou te partejar!... Ai, gente, que sonho de parteira... Ela usou aromas de flor de laranjeira e capim santo, me massageou pra aliviar as dores, e eu tava me sentindo muito bem, mesmo já estando com contrações fortes. Foi minha entrada na partolândia... Dor, dor, dor, transe... Chênia chegou, depois que a Gertrudes falou com as pessoas certas para autorizarem a entrada dela na CP (só pode um acompanhante). Ufa, silêncio, exame: 7 cm! Esta indo muito bem... Contrações longas e ritmadas. Só queria abraçar meu marido! 
Chênia me massageou um pouco no cavalinho, mas não era meu lugar. Deitei, mesmo sabendo que poderia doer mais, e que as massagens iriam ficar mais difíceis. Lucas me ajudou a respirar bem... Exercício de três pessoas (eu, ele e Bernardo). Estavamos tão integrados... Foi lindo. Dor, dor, dor... A obstetra  veio me falar de romper a bolsa. Eu falei: - E se eu não quiser? Ela: - Ainda estou em condição de negociar... Podemos deixar pra depois. Deixamos... Eu em transe, fui tomar banho! Meu marido foi pra debaixo do chuveiro comigo, se molhou todo, mas era o apoio que eu precisava. Fui ver o céu, que tava lindo lá fora, fui fazer minhas orações.. Minha mãe ligando, pense numa agonia (bem que Lucas falou!), mas tava tudo bem! Pensei: vou autorizar estourar a bolsa. Sábia decisão! Na hora o Bernardo respondeu: 9cm de dilatação e Bernardo cada vez mais baixo, LA claro, batimentos ótimos! Fiquei tão animada que ainda fiz uma brincadeirinha intima com meu marido... Ele riu baixinho no meu ouvido e falou: safada! Rs... Fui  no banheiro pq tava com vontade de fazer cocô... Arriei nos braços do Lucas na contração mais forte que tive e saiu tudo de lindo: cocô, xixi, LA...  Tava nem aí! Depois disso, formos pra cama e eu me coloquei de quatro pra fazer força, senti necessidade de fazer força, era instintivo! Fiz força algumas vezes e fui pra posição final, semi deitada com as pernas bem abertas! Vem Bernardo, vem meu filho... E ele ouviu, mas eu tava muito cansada! Ele tava bem (o batimentos estavam bons), e todos ficaram me esperando... E eu pegando forças num sei de onde, concentrada com cara de poucos amigos! Fiz umas 5 forças, guiada pela Gertrudes pra evitar laceração... Me colocaram ocitocina pra me ajudar, mas NÃO CAIU UMA GOTA (huahuahua).

Enfim, Bernardo veio, cabecinha pra fora, uma circular de pescoço, corpinho pra fora as 0h01min de 19 de março de 2012, 2 pontos de laceração... Veio  a placenta! Agradeci a ela por nutrir meu filho... E nós alí, nos namorando, eu, Lucas e Bernardo! Foi lindo... Perfeito, natural, tranquilo. E eu sou a mãe mais babona do mundo! Obrigada a todas as mulheres que me inspiraram e me ajudaram a estar fazendo esse relato lindo, que resume por alto o momento mais importante da minha vida! <3

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