sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Nossa homenagem na Semana Mundial de Aleitamento Materno!!!

Amamentação à La Carte (Carlos González)
Amamentação em intervalos pré-determinados é um mito. Houve um tempo em que se pensava que bebês deveriam mamar a cada 3 horas, ou a cada 4 horas e por exatamente 10 minutos de cada lado! Você já se perguntou o porquê de 10 minutos e não 9 ou 11?

Claro, adultos nunca comem por “10 minutos em cada prato a cada 4 horas”. Quanto tempo a gente leva para... terminar o prato? Isso depende do quão rápido a gente come. É o mesmo com bebês. Se eles mamam rápido, podem gastar menos que 10 minutos, mas se mamam devargar, podem gastar bem mais.

O adultos comem em horários pré-determinados somente porque as obrigações de trabalho forçam-nos a organizar suas refeições desta forma. Normalmente, nos dias de folga, a rotina usual é mudada sem qualquer dano à saúde. Contudo, ainda existem pessoas que acreditam que os bebês precisam ser acostumados a mamadas de horário e fazem referências vagas à disciplina ou boa digestão.

Para um adulto, a comida pode esperar. Nosso metabolismo permite que esperemos por uma refeição e a comida é exatamente a mesma agora ou daqui a uma hora. Mas seu bebê não pode esperar. Sua fome é urgente e a comida dele muda se a refeição se atrasa. O leite humano não é um alimento morto, mas uma matéria viva em constante processo de mudança. A quantidade de gordura no leite aumenta à medida em que a amamentação progride. O leite do início da mamada tem baixo conteúdo gorduroso e o leite do final é altamente rico em gordura; chegando a ser 5 vezes mais gordo.
média de gordura em qualquer mamada depende de quatro fatores:
1. Intervalo da mamada anterior (quanto maior o intervalo, menor a quantidade de gordura);
2. Concentração de gordura no final da mamada anterior;
3. Quantidade de leite ingerido na última mamada;
4. Quantidade de leite ingerido nesta mamada.

Quando a criança mama os dois seios, ela raramente esvazia o segundo seio. Para simplificar, basta dizer que ela toma 2/3 de leite desnatado e 1/3 de creme de leite. Contudo, a criança que mama somente um seio por mamada toma ½ leite desnatado e ½ creme de leite. Se ela toma um leite menos gordo (menos calórico), ela pode aceitar grandes volumes e consumir mais proteínas. Então o bebê que mama 50 ml de cada seio não mama o mesmo que um que toma 100 ml de um seio só; e a dieta do bebê que toma 80 ml a cada 2 horas é totalmente diferente da dieta do bebê que toma 160 ml a cada 4 horas.

Os fatores que controlam a composição do leite ainda estão sendo estudados e ainda não se sabe muita coisa. Por exemplo, sabe-se que um dos seios geralmente produz mais leite, com maior concentração de proteínas que o outro. Talvez seja só coincidência ou talvez seu filho decida isso, dando preferência a um seio em relação ao outro, escolhendo uma refeição com mais ou com menos calorias.

E você pensou que seu bebê mamasse sempre o mesmo leite? Você pensava que era entediante passar meses e meses tomando somente leite? Isso não é verdade com o leite materno. Seu bebê tem à disposição dele um grande cardápio para escolher, desde sopa leve a uma sobremesa bem cremosa. Uma vez que o seio não fala (nem pode entender o bebê), o bebê faz seu pedido de 3 formas:
1. Pelo tanto de leite que ele toma a cada mamada (mamando por um longo ou curto tempo e com mais ou menos intensidade);
2. Pelo intervalo entre uma mamada e outra;
3. Mamando um ou os dois seios.

O que seu bebê faz quando mama para obter exatamente o que ele precisa de um dia para o outro é uma obra de engenharia. O bebê tem total e perfeito controle da sua dieta, desde que ele possa mudar as variáveis de acordo com seu desejo. É isso que a livre demanda significa: deixar o bebê decidir quando ele quer mamar, por quanto tempo ele vai ficar no seio e se ele quer mamar um ou os dois seios.

Quando o bebê não tem o direito de controlar um dos mecanismos, na maioria das vezes ele tenta mudar uma ou outra variável. Num experimento, alguns bebês foram colocados para mamar somente em um seio por mamada, durante uma semana e nos dois seios na semana seguinte (a ordem foi variável). Em teoria, os bebês teriam ingerido muito mais gordura nos dias em que mamaram somente de um lado do que quando mamaram nos dois seios. Contudo, os bebês espontaneamente modificaram a freqüência e a duração das mamadas e foram capazes de ingerir quantidades similares de gordura (mas volumes diferentes de leite).

Se o bebê não tem a chance de modificar a freqüência ou duração das mamadas e ele não tem a oportunidade de decidir se quer mamar de um lado ou dos dois, ele fica perdido. Ele não consegue tomar a quantidade de leite de que precisa, mas acaba tomando o que lhe é oferecido. Se a sua dieta está muito longe das necessidades reais do bebê, ele terá problemas em ganhar apropriadamente ou passará o dia faminto e irritado. É por isso que amamentação em horários pré-estabelecidos raramente funciona e quanto mais rígido for o esquema, mais catastrófico é o resultado. Os bebês precisam mamar irregularmente, somente assim eles têm uma dieta balanceada.

Desde o primeiro dia, embora pareça que ela está tomando somente leite, a criança está escolhendo sua dieta a partir de uma gama de opções e ela sempre escolhe sabiamente, tanto na qualidade, quanto na quantidade.

Do livro My Child Won’t Eat, do pediatra Carlos González.
A tradução é de Flavia Oliveira Mandic.

quarta-feira, 21 de maio de 2014


Retomando às Atividades 2014, o Projeto de Extensão Acolhendo à Gestação convida para mais uma roda. Venha e vamos fazer essa roda girar!



terça-feira, 6 de maio de 2014

Matéria sobre Parto Domiciliar em Salvador


Em Salvador contamos com excelentes profissionais para assistência ao parto no domicilio. Esse tipo de parto deve ser planejado e a gestante ser de risco habitual ( o que se costumava chamar de baixo risco)
Abaixo você confere a matéria que foi veiculada no Rede Bahia Revista de 04/05/2014 sobre Parto Domiciliar em Salvador. Aqui no blog você também encontra alguns relatos de mulheres que puderam passar por essa experiência.


 
http://redeglobo.globo.com/ba/redebahia/redebahiarevista/videos/t/edicoes/v/parto-em-domicilio-comeca-a-conquistar-futuras-mamaes-em-salvador/3325591/
Clique na imagem e assista o vídeo.
Cinthia Carvalho e Chenia da Anunciação (doula)
 
Quando estava preparando essa postagem para o blog, pensei em colocar as evidências sobre parto domiciliar, escrever os benefícios, quem pode se habilitar, mas isso s encontra facilmente no google, colocando-se PARTO DOMICLIAR. Eis que me veio a música do Luiz Gonzaga, sobre a Samarica Parteira... lembro que dava boas risadas quando criança, ouvindo e imaginando a angústia do "Lula" ao chegar com a parteira antes do cuspe secar.
 
Samarica Parteira  - Luiz Gonzaga
 
 
 
E como não poderia deixar de ser Perguntas Frequentes Sobre Parto Domiciliar
 
 
                  
 
 
Profissionais que assitem Parto Domiciliar em Salvador
 
  • Mary Galvão - Enfermeira Obstetra www.partodomiciliar.blogspot.com
  • Tanila Amorim Glaeser - Enfermeira Obstetra - tanilaglaeser@gmail.com
  • Marilena Pereira - Obstetra
 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Ontem a vítima foi Adelir, amanhã pode ser você!

O Movimento de Humanização do Parto, está organizando para o dia 11/04, manifestações em frente ao Ministério Público de diversas cidades do Brasil. Aqui em Salvador a página do evento encontra-se no facebook, junte-se a nós, vamos dar m basta na violência obstétrica, que também é violência contra mulher.

Ato Pelo direito de decidir, contra a violência obstétrica
 
Quando? 11 de Abril de 2014]
Onde? Sede do Ministério Público na Av. Joana Angélica, Salvador/BA
Que horas? 15h.

Traga seu cartaz, traga seu tambor, traga sua indignação!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Posicionamento da FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia ) sobre o caso Adelir.


#somostodasadelir

Convocatória
 
Aos movimentos sociais, organizações de defesa dos direitos humanos, poder público e demais entidades da sociedade civil

 
 
 
 
Em 01 de Abril de 2014, no meio da madrugada, uma mulher em trabalho de parto foi retirada de sua casa à força – mediante uma ordem judicial, policiais armados e ameaças de prisão ao seu marido, na frente de seus filhos mais velhos – e levada sob custódia para um hospital público designado por uma juíza para sofrer uma cesárea sem seu consentimento.
 
Durante o transporte, ela pediu para ser conduzida a outro hospital, que considerava uma melhor opção para si, e isso foi negado. A mulher foi levada à cirurgia sozinha, tendo sido negada a presença de um acompanhante (direito garantido pela lei federal 11.108/2005).
 
A decisão judicial (provocada a requerimento do Ministério Público) foi fundamentada na opinião de apenas uma médica, sem que a mulher tenha sequer sido ouvida, sem que tenham sido apresentadas provas ou pedida uma segunda opinião, sob a alegação de “proteger a vida do nascituro”, ainda que isso ferisse direitos fundamentais da mulher.
 
A que esses fatos remetem?
 
Privação de Liberdade | Constrangimento | Internação Compulsória | Sequestro | Tortura | Violação dos Direitos Humanos | Violência de Gênero | Agressão Física Grave | Ditadura | Truculência do Estado | Discriminação contra a Mulher | Violência Obstétrica | Medicalização da Vida | Judicialização da Vida

 
Por que você tem a ver com isso?
 
O caso de Adelir Góes, ocorrido em Torres/RS, abre um perigoso precedente que afeta direta ou indiretamente todxs que militam por causas ligadas aos Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Direitos Sexuais e Reprodutivos, Direitos das Minorias (Adelir, seu marido e família são ciganos e argumentos discriminatórios têm surgido sistematicamente nos debates sobre o caso), bem como contra toda e qualquer forma de violência contra as mulheres, incluindo aquela praticada pelo poder público e seus agentes. O debate é particularmente importante para todxs que têm se debruçado sobre o “Estatuto do Nascituro” e suas potenciais consequências sombrias.
 
 
Não se trata de um debate sobre parto normal ou cesárea!
 
Trata-se de uma violação aos direitos humanos, particularmente ao direito à integridade pessoal, liberdade pessoal, proteção da honra e da dignidade. Trata-se de uma violação aos direitos reprodutivos, que consistem na possibilidade das pessoas poderem escolher, mediante a informação, COMO, QUANDO, ONDE e EM QUE CONDIÇÕES terão ou NÃO terão filhos. Se você não quer ter filhos, se você quer ter filhos por cesárea, o seu direito de escolha também está ameaçado quando o poder médico e o poder jurídico podem decidir por você e usar de medidas arbitrárias para que esta decisão seja cumprida à sua revelia.
Por essas razões, convocamos todas as pessoas, grupos e movimentos que se importam com essas temáticas a comparecerem ao Ato Nacional “Somos Todxs Adelir – Ato Contra a Violência Obstétrica”, a ser realizado no dia 11/04/2014, às 13 horas, em diversas cidades brasileiras.

Para obter informações sobre o Ato em sua cidade, consulte a Agenda do Ato Nacional.
Clicando Aqui você encontra informações sobre o Ato em Salvador


 
Encaminhamentos concretos do caso até o momento:
 
A ARTEMIS – ACELERADORA SOCIAL PELA AUTONOMIA FEMININA informa que os encaminhamentos concretos sobre o caso até o momento tem se dado em duas frentes:
 
Encaminhamento do casal que teve seu direito violado para atendimento no Centro de Referência de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul para devido acolhimento e assessoria jurídica.
 
Envio de denúncia aos seguintes órgãos:
  1. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
  2. Disque Denúncia de Direitos Humanos
  3. Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
  4. Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul
  5. Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
  6. Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre
  7. Comissão de Direitos Humanos da OAB/ Rio Grande do Sul
 
Mais informações sobre o caso:
 
 
 
 
 
 

 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Roda de Gestantes do Litoral Norte da Bahia (Imbassaí)

Nossa querida Hellen Chang (Doula), está morando no litoral norte da Bahia, em Imbassaí e com ela vai nascendo um espaço para falar, sentir e viver gestação, parto, maternidade, paternidade e temas relacionados que nos encantam desse universo prazeroso. 
Ela convida para a primeira roda do Litoral, sejam bem vindos!


sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Pais são responsáveis pelas birras dos filhos; conheça a criação com apego

Durante a minha gestação da Zaya tive o prazer de me aproximar de pessoas interessantes, estreitar os vínculos e fazer novas amizades, dentre elas o casal Dani e Xande (Daniela Leal e Alexanre Coimbra, respectivamente). Nossos filhos nasceram com dois dias de diferença e com eles eu pude aprender e vivenciar,  de forma completamente inusitada, para mim, o que seria a criação com apego. Aprendi muito nas conversas naquele jardim da casa desse belo casal em Piatã, foram tardes e conversas ricas e inesquecíveis. 
Agora o Xande publicou esse texto na Folha de São Paulo, um gostoso aperitivo do que está por vir. Boa leitura a todos!!!

POR GIOVANNA BALOGH
16/01/14  09:55

Retirado da página do Facebook: Indiretas Maternas.
Esqueça o cantinho do castigo, as palmadas, os gritos e impor limites aos seus filhos. Troque isso por mais beijos, abraços, diálogos e ‘construa regras’ dentro da sua casa junto com a criança . A chamada ‘criação ou educação com apego’ tem sido cada vez mais praticada por pais que são contra qualquer tipo de violência.
Sim, as crianças fazem birras – muitas vezes em público – o que acaba constrangendo nós, pais. Mas,  esses ‘chiliques’ são culpa dos próprios pais, segundo a neurocientista e mãe de duas crianças, Andréia C.K. Mortensen, 40.
“Não podemos esperar reações emocionais perfeitamente equilibradas de uma criança o tempo todo. Ela simplesmente não tem capacidade disso”, comenta. Segundo ela, há alguns desencadeadores das ‘birras’ como necessidades físicas não atendidas (cansaço, sono, tédio, fome), angústia e outros fatores psicológicos, como estar em um ambiente super-estimulante, como um shopping lotado, ou até mesmo o estresse dos pais diante de uma situação.
Segundo ela, não existe uma fórmula e como cessar a birra pois não a controlamos, mas lidamos com elas. Para cada birra, é necessária uma atitude diferente, dependendo da sua causa.
“Por exemplo, se a criança bate em você, rapidamente e com a sensibilidade e experiência entenda o motivo de seu filho estar tentando chamar a sua atenção”, explica. Segundo Andréia, se ele está com sono, por exemplo, diga vai ajudá-lo a dormir e explique que não pode bater. “Fale que nessa família ninguém bate ou grita. Pergunte se ele consegue fazer um carinho aqui e mostre o lugar que ele machucou. Mas, seja firme”. Segundo ela, dessa forma você reconheceu o sentimento dela e direcionou a criança para uma ação positiva e gentil.
O psicólogo e terapeuta familiar, Alexandre Coimbra Amaral, 39, divide da mesma opinião. Segundo ele, os pais precisam conter a criança sendo empático com ela e dizendo que entende o motivo dela estar agindo daquela forma. “Você pode falar ‘eu sei que você está bravo porque não vai ganhar esse brinquedo’, por exemplo. Isso não representa perda de autoridade, mas uma comunicação para a criança de que você a compreende”.
Apesar de as birras serem desafiadoras, elas representam uma grande oportunidade para ajudar o seu filho a desenvolver conexões essenciais no cérebro. “Através da empatia e do diálogo essas conexões vão se formando e a criança aprende como lidar com o estresse no futuro”, explica a neurocientista.



CANTINHO DO CASTIGO
Amaral, que tem três filhos, explica que o cantinho do castigo deixa a criança à própria sorte no tal banquinho em um canto da casa para que ela ‘pense’ no que está fazendo. “O que ela precisa é de uma contenção emocional, muitas vezes física, como um abraço, por exemplo, até poder se regular emocionalmente. Depois, ela estaria mais preparada para poder refletir sobre o que fez com o auxílio de um diálogo empático com o adulto”.
Andréia, que administra a página no Facebook ‘Crescer sem violência’, explica que a criança nasce sem saber ler e escrever. “Nós as ensinamos, certo? Se não sabe nadar, a ensinamos. Se ela não sabe se comportar, o que fazemos? Punimos, castigamos ou a ensinamos?”, questiona.
Criar um filho é fácil, o difícil é educar. Ninguém nasce sabendo ser pai e mãe e essa é uma tarefa que construímos no nosso cotidiano.
Andréia explica que educar é transmitir valores, estimular o comportamento ético, empático, solidário e reflexivo. “São coisas que a criança vai levar para a vida inteira. Educar é ensinar a tomar boas decisões em situações de conflito. É exercer o diálogo, elogiar os bons comportamentos e, sobretudo, dar bons exemplos”.
O terapeuta familiar diz ainda que a criação com apego permite construir um ser humano mais conectado com suas emoções, seus desejos e que se coloca ativamente diante de uma incoerência dos pais. “O problema é que dá mais trabalho educar sem o auxílio do medo como opressor comportamental”, diz.
“Usar o autoritarismo em forma de castigos (físicos ou psicológicos) na educação é assumir que a violência é aceitável quando é com o outro, principalmente quando ele é indefeso. É preciso entender que um filho que deixa de fazer algo porque apanhou não é uma criança que aprendeu algo, mas uma criança assustada e com medo. É isso que desejamos para os nossos filhos?”, questiona.

Link da matéria: http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/01/16/pais-sao-responsaveis-pelas-birras-dos-filhos-conheca-a-criacao-com-apego/